terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Compreendo a escola


 

Lendo a postagem do ano passado sobre setembro e recordando minha primeira tentativa de estágio que não consegui realizar, fiquei muito frustrada.

E quando fui nomeada esse ano, assumi uma turma de terceiro ano na mesma escola. E consegui compreender que a escola no final de agosto já inicia com o projeto chamado de Querência Farroupilha, e com isso toda a escola participa ate final de setembro e a turma que ganha a competição recebe premiações. Tudo muito lindo e organizado, onde vivenciei muitas coisas boas que fazia tempo que não via.

A minha turma notei que os pais não são tão engajados com as atividades da escola, e às vezes a gente perdia muita pontuação. Eu mesma não tinha entendido a verdadeira mensagem desse projeto.

No entanto participamos de tudo ativamente, mesmo com a ausência e a pouca inspiração de muitos. O importante que consegui conversar com minha turma para que eles se dediquem mais nos próximos anos, pois quando chegarem ao nono ano quero os vereles ganhando vários elogios e muitos passeios.

Ainda tenho muito para aprender com os outros professores, mas em 2020 vou fazer melhor que em 2019. Agora sou macaca velha e já sei como tudo funciona.

Além disso que me chamou atenção é que os alunos da EJA não gostam muito de participar, pois no ano passado meu estagio era na EJA Etapa II e III. Os alunos eram muito desunidos, e andei observando algumas aulas da professora, e num desses dias aplicou uma prova onde o resultado foi muito negativo para a grande maioria. Os poucos que conseguiram usaram calculadora em contas básicas de somar.

Sei que o processo é avaliativo e deve promover o aluno, mas em um dado momento temos que saber se esse aluno sabe ou não o conteúdo. Eu faria diferente sem eles usar tabuada ou calculadora, e com isso estimularia o aluno a raciocinar, pois é isso que eles devem fazer. Calcular, pensar, montar a conta e saber como faz aquela operação.

Faria muitos outros trabalhos envolvendo essas quatro operações. Sei o quanto é difícil a gente atender alunos tão distintos e com níveis diferentes, mas temos que planejar os meios que vamos construir essas o aprendizado com os alunos. Percebo hoje que podemos trabalhar parecido com que trabalhamos nos anos iniciais, porem não devemos infantilizar os exercícios que vamos passar para os alunos da EJA, a não ser que esse aluno (a) esteja com laudo e comprovadamente tenha idade mental menor do que podemos saber.

Foi uma ótima experiência poder trabalhar com uma turma de EJA, o aluno que volta em busca do certificado e do diploma ele tem pressa. Ele custa a se adequar dentro da escola de hoje. Eles estavam acostumados a receber tudo pronto, ou copiar, e copiar. A escola de hoje tem um didática diferente, onde temos que nos apropriar das tecnologias, do mundo digital, da reflexão com pensamento crítico, revendo conceitos anteriores de outrem. Esse aluno custa se adequar aos moldes da educação atual. E muitos chegam a escola se achando e se chamando de burro, e isso me deixava muito triste, pois em algum momento eles eram muito depressivos. E cabe ao professor fazer com que esse aluno erga a cabeça e comece a levantar sua alta estima. Espero que o pouco que tenha ficado com essa turma eu tenha deixado um pouco da essência de ser um professor que tenha atenção.

 

Primeiras reflexões sobre as observações da EJA etapas II e III.  Disponível em: https://andreiamanoelgodinho.blogspot.com/2018/10/primeiras-reflexoes-sobre-as.html Acesso em: 31/12/2019.

Um comentário:

  1. Andreia,
    Analisando cada uma de suas postagens, percebo quanta evolução em suas reflexões.
    Também, traz ao Blog sua trajetória de aprendizados, bem como sua prática em sala de aula.
    Saliento apenas que repetiste duas postagens nos seguintes títulos: "Até quando vamos ter medo do novo" e "Por qual motivo algumas escolas possuem laboratórios...", fique a vontade para retificar.
    Forte abraço!
    Carla

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