domingo, 20 de dezembro de 2015

Workshop de Avaliação...

Mais um semestre que se encerra, mais uma apresentação do workshop que apresento e não fica boa... Não consigo me compreender por qual razão fico assim tão nervosa, se tudo que tenho que falar é o que estudei, pesquisei e entendi.
Quero nesse meu relato ser mais sucinta possível e coerente com que sinto em relação às interdisciplinas e como deveria ter apresentado minha reflexão. Síntese palavra complicada para quem tem muita ansiedade e fala pelos cotovelos, mas estou tentando escutar mais do que falar, então é um exercício diário. Estudamos muitos conceitos referentes à infância e sobre a educação.
A educação que temos nos moldes atuais nem sempre foi assim, na verdade infância não existia, a criança era basicamente vista como um adulto em miniatura que poderia fazer e participar de toda a vida adulta sem nenhuma distinção. Estudamos um texto intitulado de “A maquinaria escolar” (VARELA; ALVAREZ-URIA) que mostra como e por qual motivo se iniciou esse processo de escolarização e tiveram que fazer algumas normas, leis, para que a ideia desse certo. Nesse mesmo texto coloca que a educação nos moldes que encontramos hoje é muito nova, mas ao mesmo tempo está obsoleto, pois estamos no século XXI, nossa infância é totalmente diferente da infância daquele tempo.
Como podemos ver nessa interdisciplina que o eixo pertinente das mudanças foca as crianças, e consegui visualizar isso nas outras interdisciplinas, quando em infâncias de zero a dez anos nos trás muitos conceitos e reflexões a cerca dessa infância que estamos construindo, em psicologia I estudamos Freud e um pouco da sua vida  e descobrimos que ele foi um estudante e pesquisador. Na descoberta da psicoanálise ele observa que muitos distúrbios que ocorrem nos adultos teve início na infância. Com isso ele estuda e intitula sua nova descoberta como o “Desenvolvimento psicossexual” começa observar a “criança” e as fases do seu nascimento até a fase adulta. Segundo KUPFER “pode-se dizer que Freud foi um mestre da Educação porque abriu caminho para a reflexão sobre o que é ensinar e o que é aprender.” (KUPFER; p 9). Com essa frase resumo o que estudei e entendi de Freud e com certeza sem seus estudos ficaria meio complicado todos os seres humanos se entenderem, e nós como educadoras entender nossos alunos e fazer da nossa prática o melhor possível para que essa criança consiga se desenvolver plenamente tanto no seu lado cognitivo como motor.
Em fundamentos da alfabetização vejo que  tem tudo haver com o que estudamos em psicologia, temos que entender que cada criança é um ser único, não existe outro igual geneticamente como ele, sendo assim cada criança possui um tempo de aprender, de ler, e somente ela vai decidir quando ocorrerá esse aprendizado. Não só o professor alfabetizador deve se preocupar em ter uma sala agradável, aconchegante, um ambiente de estudo, que aguce a curiosidade dessa criança. Todos os níveis de ensino devem refletir como esta sendo inserido seu conteúdo, como é sua sala de aula, se o aluno está disposto e aberto para esse aprendizado, se ele realmente quer aprender.  E o nosso objetivo é fazer com que ele queira isso como nós queremos. Acreditar que essa criança consiga aprender e o mais importante nós temos que acreditar em nós mesmos, se isso não acontece à mágica não se inicia.
Com isso que vimos vejo que o seminário integrador busca essa reflexão entre as interdisciplinas e faz com que nós pensamos em tudo separado e ao mesmo tempo junto. Quando se trata de seres humanos em desenvolvimento não podemos pensar em pastas compartimentadas, pois somos complexos, misturados, não sabemos onde começa e onde termina. Um conteúdo depende do outro para podermos entender, aprimorar e pensar como devemos fazer nossas práticas mediante a tudo que estamos aprendendo dentro do PEAD. Sei que nunca mais serei a mesma, e mesmo não estando atuando vejo mudanças enormes que estão acontecendo dentro de mim, e com certeza são modificações que irão melhorar e muito minha prática em sala de aula, não importando o nível que vou estar, pode ser na educação infantil ou mesmo lecionando para o ensino médio. Uma coisa boa que aconteceu comigo este semestre é que morria de medo de ter que pegar um primeiro ano para alfabetizar, vejo que hoje temos três anos para isso, mas não pelo tempo que digo isso, pois sei que é a criança estimulada, num ambiente propício para essa alfabetização que vai ajudar meu aluno aprender.
Agradeço a professora Darli Colares, de fundamentos da alfabetização, que me proporcionou a perder o medo de alfabetizar, agora estou pronta e sei que vou fazer o meu melhor para que isso aconteça. Como dizem para nós mães calma, vai cair a ficha, e ele vai ler. Então minha ficha caiu. 




quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Uma palestra edificante sobre educação

Na atividade final da interdisciplina  Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica fiz uma  pesquisa sobre experiências escolares alternativas.  buscando mais informações a respeito sobre "Projeto Âncora" me deparei num seminário que o palestrante era o professor José Pacheco (Brasil e Portugal), no "6º Seminário Prazer em Ler", digo uma ótima palestra para qualquer educador rever e refletir sobre sua maneira de "dar aula", que na fala do professor José é a pior coisa que um professor faz, durante a palestra ele explica o motivo. 
Vale a pena conferir, apesar de ser meio longa, mas bem esclarecedora.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Levando puxão de orelha nessa idade...

Bom, eu mereci! Sabemos que temos que postar uma vez por semana, e nem sei direito que me perdi no mês de outubro e acabei deixando de postar. Pois é tão fácil!
Fui chamada pelo meu querido anjo, que perguntou qual foi o motivo da minha falha no mês que estava terminando "outubro"? 
 Na hora pensei em vários motivos, mas o único e verdadeiro motivo é que a graduanda aqui é um tanto desorganizada. Sabem, esse curso em EAD é demais, pois além da formação que estamos recebendo para sermos Pedagogos (as), ele também ensina a ler os artigos, buscar no dicionário palavras que normalmente não usamos no cotidiano, refletir sobre o que foi lido, ensina escrever, aumenta nossa autocritica e a crítica sobre o mundo que nos cerca, na raça e coragem a gente aprende a mexer com as tecnologias da informação e ainda se não bastasse ele transforma pessoas desorganizadas como eu e meio lentas por natureza a ficar mais aceleradas.
E agora estou vendo o quanto é importante sermos organizados e ter um planejamento e seguir esse planejamento diário. Digo um planejamento de tudo que temos que fazer no dia, com horários pré definidos. A nossa tabela do tempo, onde todo semestre temos que preenche-las mostra no plano físico o tempo que temos, então a partir do próximo dia 1º/01/2016, estarei com minha agenda e com certeza já aprendendo administrar e planejar melhor meu tempo.
Claro seguindo com as leituras, relendo o que ficou meio/meio. E revendo o que postei no blog, pois ele é o espelho para o mundo do que realizo dentro do meu curso na universidade, que digo não é qualquer uma por ai é um título da UFRGS, que vou ter para me orgulhar para o resto da minha vida. 
Ah! Isso não é promessa de ano novo! kkkk
Amo tudo isso!

Constituindo uma criança


No título do texto podemos imaginar várias hipóteses referentes a ele, mas ao ler o artigo de Jenks, observamos que ele coloca um conceito para cada criança, dentro desses conceitos retiramos três tipos de criança: selvagem, natural e a social.


A criança selvagem é aquela criança diferente das demais, hábitos, modos de comer com as mãos, modo de se relacionar com as demais crianças e com os adultos, aquela que não gosta de pentear os cabelos, briga para tomar um banho, não gosta de escovar os dentes. É um caso selvagem e merecedor de olhar diferente e de estudo.
Uma criança apesar de todo uma estrutura em sua volta ela é desnutrida, por isso não se desenvolve normalmente ficando menos que as demais. Levando uma necessidade de investigação para verificar por qual motivo ela é dessa forma. Assim se cria uma expectativa de reinventada para poder ter uma investigação e descobrir o motivo que levou ela ficar dessa forma. 


A criança natural para o autor essa criança tem comportamento, e pensamento articulando de acordo com o esperado comum a sua faixa etária. Ligada à metáfora do crescimento, pessoal, mental e físico. 


A criança social é vista como algo que vai ser  (que está em desenvolvimento), necessitando de uma preparação ou moldagem do indivíduo. As teorias da socialização apresentam características do mundo adulto como variável.


Em minha reflexão, como podemos escolher trabalhar somente com  que julgamos prefeita, não tem como, somos seres humanos em desenvolvimento, ninguém é perfeito. Não nascemos com um dispositivo que possa ser trocado quando bem quiser, como por exemplo  hoje quero ser natural, selvagem ou social.
A criança possuí em sua amplitude as três identidades, sendo que uma é mais visível que a outra. Na escola com a convivência social entre outras crianças as etapas vão se aprimorando e com isso nós educadoras somos mediadora entre essas crianças, onde aquela que tem um comportamento mais selvagem, seja trazida e aos poucos vai visualizando e refletindo os seus atos, e melhorando suas atitudes comportamentais.
Nessa integração entre as três características dessas crianças um vai trocando aprendizado com as outras, e assim as marcas mais fortes vão sendo amenizadas e essa criança vai se desenvolvendo e aprendendo a ser mais criança. Sempre aprendemos e evoluímos com as trocas e ninguém consegue viver nos extremos, muito menos as crianças.


JENKS, Chris. Constituindo a criança. Revista Educação, Sociedade e Culturas, n. 17, 2002.


Programa: Infâncias étnico-raciais

Como lidar na sala de aula com as diferenças  étnico-raciais? Muitas crianças por escutarem em casa ou de algum amiguinho falas racistas e preconceituosas, mesmo sem saber o que estão fazendo. 
Ao chegarem em na escola fazem trazem consigo esse mal entendido, e nos professoras temos que fazer todo um trabalho para que eles vejam que todos são iguais e diferentes ao mesmo tempo. Mostrando como é linda a nossa cultura com diversas etnias, crenças e valores.
Com isso estudamos um autor que faz essa abordagem entre tendências e como podemos trabalhar através da literatura infantil essa diversidade, o respeito e outros valores que muitas vezes a criança acaba recebendo é na escola. Além disso existe uma gama de atividades onde as crianças vão gostar de fazer e entender ludicamente que ser diferente não precisa ser tratado com diferença, que no fundo pertencemos a uma única raça, quer é a "raça humana".


De acordo com os autores do artigo podemos verificar o que significa cada uma das tendências:


Como lidar com o preconceito – primeira tendência
O autor coloca os personagens em situações variadas onde ocorre um caso que o personagem deve instigar o leitor ter uma posição e observa em sua leitura que tudo pode ser resolvido sem o uso do abuso e sem discriminação.

Outra trama com personagens negros – segunda tendência
Em uma segunda tendência, os personagens retratam os assuntos levantados.
Possuem uma concepção do ser diferente valorizando suas origens. Onde o problema maior não é a questão da negritude que deve ser superada.

Uma diferença a mais? – terceira tendência
Na terceira tendência, trás de volta o escutar os mais velhos, dando valor na sua cultura, entendendo as diferenças e as igualdades entre as mais variadas etnias. 

Programa: Pedagogias da mídia – erotização infantil


Complicada a situação que nos deparamos quando nos aprofundamos nesse contexto. Buscando um comercial, achei um título que me deixou intrigada e resolvi verificar do que se tratava “Desaparecimento da Infância”. Quando comecei assistir o vídeo consegui visualizar o que havia lido no artigo de (FELIPE e GUIZZO, 2003). Boa parte da infância e adolescência essas crianças passam dentro das instituições de ensino, portanto, nós educadores (as) temos que compreender e examinar como a educação está sendo produzida e em outros locais de veiculação, já que fora da escola essa mesma criança tem acesso facilitado com a televisão sendo o principal local de distração e aprendizado chamado até de ‘babá eletrônica’.
Muitas vezes não é tão confiável quanto parece, as propagandas e a moda estão usando a infância para distorcer e modificar a real natureza do que é ser “criança” na sua simplicidade e inocência, mudando hábitos. Nesses clipes tem muito mais meninas do que meninos, elas usam roupas ousadas mostrando boa parte de seu corpo, maquiadas e com bijuterias e deixando-as com ares mais adultos. Propagando de celular com criança dando a intenção que é prudente estar vestida, maquiada e falando de sentimento de uma forma adulta para idade aparente. Crianças imitando adultos, em quase todos os detalhes, assim fica complicada termos uma infância e adolescência mais saudável.
Na última frase do texto onde é posto por “Walkerdine (1999, p.82) faz uma interessante provocação: até que ponto “poderíamos concluir que as representações populares de garotas pequenas erotizadas constituem a teoria e o abuso sexual de crianças, a prática”?”. Respondendo essa questão como entendi, nós adultos temos uma parcela de culpa quando deixamos nossas crianças em tão tenra idade usar, comprar ou até mesmo presentear com roupas ousadas, sapatos de saltos, e deixando essa criança usar maquiagem no seu cotidiano. Elas são lindas por natureza, e já chamam muito a atenção, não é necessário estimular esse crescimento precoce. Em vista disso estamos ajudando as mentes doentias a desejar essas crianças. Tudo tem seu tempo e hora, deixamos nossos pequenos sonharem em seus mundos encantados de conto de fadas e super-heróis. , e vamos proteger auxiliando sejam abusadas, sem querer abusamos dos corpos delas quando agimos sem pensar lhes ofertando adornos que não é próprio para sua idade e seu uso cotidiano.

Bibliografia:
FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca. Erotização dos corpos infantis nas sociedade do consumo. Pro-posições, vol. 14, n. 13.(42), set./dez., 2003.



O Desaparecimento da Infância” 4min e 7s propagando direto da Claro.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0UeSHe19PIo, acesso em: 08/11/2015. 


Depois podemos verificar em alguns lugares as músicas de funk e as crianças dançando e fazendo gesticulações eróticas. Nessa músicas muitas vezes possui uma letras que desrespeitam as mulheres vulgarizando-as. A batida do funk, quero dizer musica sem letra é um som que pede para gingar, dançar, creio que seja essa melodia que chama atenção das crianças, pois eles gostam de barulho, sons que mexem, mas estraga tudo quando vem a letra da música e a coreografia que aos poucos vai dizendo como devem dançar.
Quero que fique claro aqui eu gosto de todos os tipos de musicas e estilos musicais ate mesmo o funk, pois tem alguns compositores que falam como venceram, como sairão das drogas, coisas desse patamar. 
Temos que pensar que música é cultura e a cultura do brasileiro pobre já esta vulgarizada, então não podemos descer mais ainda esse nível.


Imagem disponível em: http://mrazous21.blogspot.com.br/2015/01/a-midia-que-esmaga.html
 Acesso em: 07/12/2015



A infância e a mídia

Como estamos criando nossa infância? 


Praticamente a criança moderna fica na frente da televisão muito mais tempo que o necessário. Vivendo no mundo virtual, com a televisão sendo sua companheira de muitas horas. 
Na televisão temos muitas propagandas de vários tipos onde as crianças são induzidas a quererem buscar aquilo que acham que é bom para elas, se tronando alvo fácil para as grandes marcas  de brinquedos, comidas, roupas e calçados. Na charge abaixo venho ilustrar o que a infância de hoje vem considerar o que seguir. Engraçado, mas ao mesmo tempo fico com medo com o que pode acontecer com nossas crianças.

Disponível em: http://rebrinc.com.br/wp-content/uploads/2014/12/foto_blog_menostelas_arman.jpg 
Acesso em: 07/12/2015

Infâncias e pós-modernidade




Questões
Teu entendimento a partir do texto

Caracterize três marcas do que se entende por
“pós-moderno”.
Para Lyotarde, “condição pós-moderna”, o termo criado para expressar a incredulidade diante das metanarrativas constituídas pela modernidade, sendo o fim da era explicativa onde as tecnologias da comunicação afetam como o conhecimento é produzido e a forma como ele circula desestabilizando os grandes sistemas explicativos.
Segundo Lipovetsky (2004), o termo “pós-moderno” iniciou no final dos anos setenta Uma das características é o individualismo, e quase tudo resolvemos adotar a palavra “hiper” na frente de muitas outras formando tudo maior que era tradicionalmente. E um exemplo seria a nossa própria aparência como símbolo dessa sociedade hiper a obesidade.

Lemert (2000) considera que esse novo período se introduz para fazer o que não foi realizado ainda, e as pessoas não depositam esperanças em um mundo melhor onde as crenças no progresso estão abaladas.

O que significa pensar o tempo atual com base no binômio solidez/liquidez?

Solidez significa que no tempo tudo era mais duradouro, os bens de consumo e empregos eram confiáveis, com uma garantia de um mundo previsível e consequentemente administrável. “Não encontramos na atual situação”.
Liquidez significa que não tem lugar fixo para nada e tudo muda rapidamente, nada mais mantém a mesma forma, fixada em um espaço durante ao longo. Bastam termos nas mãos, celular, not boock, e trabalhar onde desejar. Está em constante mudança. Tempo que esta em constante mudança.
 Explique a frase: “a mídia tem sido uma das principais produtoras das representações que compartilhamos” (p. 79). Para construir sua resposta, utilize-se do exemplo da “representação do corpo”, oferecido pela autora (p. 79-80)
 Através da mídia as pessoas se espelham e valorizam muito a aparência fazendo qualquer tipo de intervenção para ficar com a imagem desejada. Ter uma aparência jovem e cuidar da beleza é muito mais importante que mostrar que tem dinheiro. Então a mídia faz com que a sociedade seja transparente, de espetáculos, onde os relacionamentos são mais virtuais e com isso tudo seja compartilhado esquecendo-se do lado privado. Por meio da mídia, das formas de representação e dos discursos colocados em circulação, criamos parâmetros para, por exemplo, avaliar e produzir nosso próprio Corpo. 
Considerando as discussões que o texto oferece, como as crianças se veem hoje implicadas numa sociedade do consumo?


Não importa se possuem ou não poder aquisitivo, elas são produtos da real atualidade midiática. Consumidoras em potencial e não perdem tempo em trocar de estilo, mudando o tempo todo. Quando não conseguem adquirir algum produto ficam tristes, parecem sempre estarem atrás de algo ou alguma coisa.
 Tais crianças parecem nunca atingir a linha de chegada e estar em constante estado de insatisfação. Nesse modo de viver que se caracteriza pela urgência, a única opção parece ser a obtenção de “tudo, ao mesmo tempo, agora”! (MOMO, 2008, p. 7)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A maquinaria escolar Julia Varela Fernando Alvarez-Uria

Atividade Realizada em outubro, postando hoje...
Participantes do grupo:
Ana Paula Brasil Gimenez
Andreia Antonia Manoel Godinho
Gimena Barbosa Gimenez
Géssica Daiana Sielichow de Oliveira
Vanessa da Silva Rocha de Quadros


Como você avalia a institucionalização propriamente dita da escola: “a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis”?

Acreditamos que foi positiva, pois antes não existia a distinção entre criança e adultos, com o passar do tempo às pessoas foram se preocupando com isso. A falta de um lugar para deixar essas “crianças” até ter a idade que pudessem frequentar a sociedade, fez com que procurassem lugar para deixar elas onde pudessem ser educadas, ensinadas e preparadas para vida adulta. As igrejas, os mosteiros e os conventos foram às primeiras instituições para dar essa educação, claro que era uma educação bem rígida onde eles usavam vários castigos para quem era desobediente. E com isso os filhos da rua, de mães solteiras, dos pobres essa igreja também resolveu fazer uma “boa” ação dando um pouco de ensinamento em troca de trabalho.
Com a imposição e obrigatoriedade, aos poucos foram formando as escolas, claro que aqui no Brasil as coisas foram mudando muito lentamente, mas acreditamos que foi para melhor, mas ainda tem que melhorar muito
__________________________________________________________________________

Síntese do texto Maquinaria Escolar 

Conforme a leitura realizada do texto “A maquinaria escolar”, pudemos fazer alguns apontamentos acerca da institucionalização da escola obrigatória e o controle social, propriamente dito. A escola primária, enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatório para as crianças das classes populares. Sendo uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com pouco mais do que um século de existência.
Uma série de medidas destinadas ao controle das classes populares, assim especialmente a partir da restauração, como completo à ação da escola como tais: sociedade mútua, cooperativas, fundação de berçários, asilos, consultórios e nascimentos de assistência social, dentre outras formas tomadas.
Que a escola emerge como um espaço novo de tratamento moral no interior dos antagonismos de classe. Onde a imagem da infância que os reformadores sociais do século XIX tentaram impor a tais classes apresentará traços específicos e será, pois diferente da cunhada e assimilada antes pelas classes altas. Não se produz uma relação de igualdade entre todos, de entendimento e reforço entre famílias e escola, mas, ao invés disso, a escola põe-se em ação para suplantar essas ações socializadoras destas necessidades classes consideradas de um ponto de vista negativo.
Com isso a educação passa a ocupar um papel primordial na sociedade. Os programas políticos, com uma falsa preocupação com o proletariado, vêm munidos de ideologias a resolver a questão social, a luta de classes. Com o surgimento da Escola Nacional destinada a classe operária, visando teoricamente integrá-las, na verdade foi apenas uma forma de manter a ordem social.
Esboça as condições sociais de aparecimento de uma série de instâncias no nosso entender fundamentais que, ao se amalgamar em princípios deste século, permitiram o aparecimento da chamada escola nacional:
1) A definição de um estatuto da infância
2) A emergência de um espaço específico destinado à educação das crianças.
3) O aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de “elaborados” códigos teóricos.
4) A destruição de outros modos de educação.
5) A institucionalização propriamente dita da escola; a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis.
A definição de um estatuto da infância
 Assim como a escola, a criança tal como a percebemos atualmente, não é eterna nem natural; é uma instituição social de aparição recente ligada a práticas familiares, modos de educação, consequentemente, a classes sociais.
A emergência de um espaço específico destinado à educação das crianças
 A criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi à escola, ou seja, o colégio. Começou então um longo processo de enclausuramento, de isolamento das crianças que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização. Formação de um corpo de especialistas.
   O aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de “elaborados” códigos teórico
Será nos colégios que se ensaiarão formas concretas de transmissão de conhecimentos e de modelação de comportamentos que, mediante ajustes, transformações e modificações ao longo de pelo menos dois séculos, suporão a aquisição de todo um acúmulo de saberes codificado acerca de como pode resultar mais eficaz a ação educativa. Somente assim poderá fazer seu aparecimento a pedagogia e seus especialistas.
A destruição de outros modos de educação.
 A escola, além de ser um local de isolamento, é também uma instituição social que emerge enfrentando outras formas de socialização e de transmissão de saberes, as quais se verão relegadas e desqualificadas por sua instauração.

 A institucionalização propriamente dita da escola; a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis.
Uma série multiforme de medidas destinadas ao controle das classes populares começa a se aplicar, especialmente a partir da Restauração, como complemento à ação da escola:
- Regulamentação do trabalho de mulheres e crianças.
- Criação de caixas econômicas, sociedades mútuas, cooperativas.
- Fundação de berçários, asilos, lactários e consultórios.
- Inauguração de dispensários contra a tuberculose, antialcoólicos.
- Remodelação de bairros e ampliação da vigilância e da política
- Construção de cárceres e manicômios.
- Nascimento da assistência social.
- Criação de escolas dominicais e para adultos.
 Todos estes dispositivos têm por finalidade tutelar ao operário, moralizá-lo, convertê-lo em “honrado produtor”, procuram igualmente neutralizar e impedir que a luta social transborde, pondo em perigo a estabilidade política.
     A escola emerge como um espaço novo de tratamento moral no interior dos antagonismos de classe. Nessa perspectiva, a criança era vista como um capital em potencial, devendo ser protegido, educado e cuidado para que no futuro trouxesse benefícios econômicos e sociais. Essa escola institucionalizada e obrigatória, pouco levava em consideração as culturas e saberes do proletariado, trabalhando de maneira desconectada com a realidade daqueles que a frequentavam. Reproduziam relações capitalistas de produção, hierarquização e divisão das classes populares. Ofereciam uma amostra de saber e poder, de modo que classe trabalhadora dificilmente chegaria aos postos de decisão política. Atualmente, muitas escolas ainda trabalham nessa lógica de domesticação de corpos e mentes, perpetuando uma lógica reprodutora de saberes da cultura dominante. Poucos dizem ou falam sobre seus alunos e suas vivências, criando um distanciamento do saber. O resultado disso é uma geração de sujeitos estagnados, desinteressados pelo saber, pouco participativos e autores de seu próprio pensamento.




Como é feita a seleção e permanência hoje dos alunos no sistema educativo?