sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Pensando crítico e dogmático


Iniciamos o semestre revendo o que é pensamento crítico e dogmático. O conceito fundamental do pensamento crítico é que devemos aprender a questionar tudo que é imposto para nós, saber se posicionar diante de alguma situação, criticando com fundamentação e sabendo justificar o nosso posicionamento, não deixando outras pessoas nos ludibriar com sua conversa. E o pensamento dogmático não permite que o outro fale ou defenda o que foi dito, é um pensamento fechado sem margem de defesa ou discussão.
E como somos educadores temos o dever de incentivar nossos educandos a terem e construírem o pensamento crítico para poder defender e lutar pelos seus direitos de cidadãos. Ter o olhar crítico sobre tudo sabendo distinguir o que é produtivo e viável para sua existência faz uma grande diferença para a sociedade, pois o sujeito “nós” vivemos dentro dessa sociedade. Por esse motivo a matéria, disciplina ou o componente curricular que aborda essa temática que é a Filosofia esta sendo extinta dos currículos escolares da educação básica, pois não é interessante para quem governa ter um povo que saiba se posicionar diante tantas atividades ilícitas que ultimamente esta acontecendo no Brasil e no mundo, onde esses atos atingem fundamentalmente a classe dos trabalhadores que tem que lutar todos os dias pela sua sobrevivência e pelos seus direitos adquiridos.

Quem esta no poder hoje usa o pensamento dogmático, que induz as pessoas a agirem sem questionar sobre o que acontece ao seu redor, um povo que não consegue sair da inércia que se encontra. Mas acredito em mudança, acredito na educação, e acredito que vamos sim ter inovações sobre tudo isso que acontece no mundo, e que as crianças realmente serão essa mudança, mas para que isso aconteça devemos traçar um plano de ensinar e aprender a ser crítico não aceitando tudo que nos é imposto de cima para baixo. Construir um novo amanhã não é tarefa fácil, mas com certeza o nosso dever será satisfatório quando soubermos que o povo sabe pensar, decidir, defender e buscar novos rumos para termos uma sociedade digna e justa.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Começando a entender...

Estudando sobre o Desenvolvimento e Aprendizagem Sob o Enfoque da Psicologia II observo o quanto essa interdisciplina é importante para nós que trabalhamos diretamente com crianças em fase de crescimento e desenvolvimento cognitivo. Faz com que percebamos que por mais que estejamos preparados e qualificados a ensinar, melhor ajudar essa criança construir seu aprendizado, usando uma didática que abranja vários conhecimentos, nada disso vai surtir efeito se não entendermos como tudo isso é concebido pelos educandos no decorrer de seu crescimento.  Não basta a gente se qualificar, temos que ter um olhar crítico sobre a nossa práxis, pois “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blablablá e a prática, ativismo”. (FREIRE, 2005, p. 22)
Dentro dessa interdisciplina vamos rever alguns autores que ao longo do curso já estudamos, mas como o conhecimento se dá de muitas formas, talvez revendo as teorias, retomando alguns assuntos, podemos melhor edificar e compreender o que vamos estudar neste semestre. Teremos novos nomes de pesquisadores que irão contribuir para o nosso entender de como acontece em cada fase da nossa própria existência. Com todo esse estudo aos poucos vamos adquirindo um olhar diferenciado sobre nossos alunos e compreender a maneira que ela esta construindo o novo conhecimento, e como temos visto em algumas interdisciplinas já estudadas, entender que cada indivíduo constrói seu aprendizado de forma distinta e cada um tem seu tempo, isso é um grande diferencial quando nós educadores puder dar esse tempo de amadurecimento para eles é de suma importância, e isso que difere um profissional da área da educação de um simples reprodutor de conhecimento.
Então logo na primeira atividade foi nos questionado o que era aprendizagem? Respondendo a esse questionamento confesso que fiquei um pouco apreensiva, mas lembrando dos meus alunos que ao decorrer do ano, eu como educadora consegui aprender muito com eles em tudo principalmente a forma de melhor administrar meu tempo com eles, à forma de levar os conceitos, a forma que melhor chamava a atenção de todos eles, confesso que aprendi muito com eles. Então, relembrando isso tudo vejo para mim que o conceito de aprendizagem é tudo que aprendemos desde o nascimento até a nossa morte, e que podemos aprender com tudo e com todos, não interessando a sua etnia, cor, crença, nível social, etc. Vejo que esse semestre dentro dessa interdiciplina vai ser de grande valia e que vou levar esse conhecimento para toda a vida.

Meu conselho após estudar e ainda estudando é que devemos antes de pensar em por no mundo uma criança, teremos que dominar todo esse conhecimento, ou pelo menos ter visto para poder compreender essas crianças, pois muitas vezes pecamos na maneira tão rígida de educar, desconhecendo todo o sistema que eles têm de aprender.

Fonte:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, Saberes necessários à prática educativa. São Paulo; Editora Paz e Terra S/A, 1996 (Coleção Leitura). Impresso no Brasil em 2005, p. 22. 

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O melhor é termos os alunos com laudo ou sem laudo?

A questão que estamos hoje estudando é bem delicada, se trata das crianças que não possuem laudo médico que podem ingressar na educação básica, e se tratando de criança esse assunto  sempre mexe muito comigo, pois como professora não podemos negar o acesso a educação, e temos que trabalhar com toda a diversidade e com a inclusão, onde para os adultos é muito mais difícil de aceitar, e nossos alunos são mais abertos ao novo do que a gente. Mas nós educadores temos que sim ter a sensibilidade de trabalhar com a inclusão não de uma criança em especial, mas com todos os alunos com suas especificidades, pois somos diferentes uns dos outros, por isso, necessitamos ao mesmo tempo de atendimento diferenciado e comum ao todo.  E para isso ser aceito dentro das escolas e acabar um pouco com a burocracia politica e social existente foi criada uma "Nota Técnica" que assegura o direito de toda criança deve ser aceita e matriculada na educação regular do ensino público, mesmo sem laudo médico.
Falando como educadora vejo que o laudo seja necessário para podermos saber um pouco mais do CID da criança para poder melhor ajudar, estudar, pesquisar a melhor forma de atender meu aluno dentro da aula. Fazendo atividades diferenciadas para que ele consiga avançar no seu desenvolvimento intelectual, e junto aos demais alunos fazer uma inclusão verdadeira.  Logo abaixo trago uma parte da nota técnica elaborada e onde dá aporte para todos os pais e educadores se guiarem quando necessitarem:

E depois da NOTA TÉCNICA Nº 04 / 2014 / MEC / SECADI / DPEE a inclusão de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em escolas comuns de ensino regular ampara-se na Constituição Federal/88 que define em seu artigo 205 “a educação como direito de todos, dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, garantindo, no art. 208, o direito ao “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência”. Ainda em seu artigo 209, a Constituição Federal estabelece que: “O ensino é livre à iniciativa privada atendendo as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público”.

A escola não pode privar-se de matricular os alunos com essas especificidades de ensino, pois vai contra a Constituição Federal de 1988 e também à convenção que será trago uma pequena citação: 
 A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), promulgada no Brasil com status de Emenda Constitucional por meio do Decreto Legislativo nº. 186/2008 e Decreto Executivo n°6.949/2009, estabelece o compromisso dos Estados-Parte de assegurar às pessoas com deficiência um sistema educacional inclusivo (grifo eu) em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de inclusão plena, com a adoção de medidas para garantir que as pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e possam ter acesso ao ensino de qualidade em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.

Após ler esse documento, e olhando o vídeo do professor Carlos Skliar, que diz que a escola deve ser um lugar onde temos que deixar a criança ser criança, deixando ela livre para brincar, correr, pular, imaginar e que esse o papel que ela tem que desenvolver enquanto essa fase da idade, pois esse tempo não volta mais.
Pensar a infância como um tempo absolutamente único impossível de se repetir, haver a possibilidade de não “fazer nada produtivo, perder o tempo, usar o tempo para as coisas que vale a pena brincar, fazer amizade, ler, correr”, e que têm muito as crianças que precisam da escola, e somente na escola eles podem vivenciar essas experiências, porque não tem oportunidade de ter dentro da família, no bairro onde residem por causa da violência, do espaço. Pensando nesse contexto vivenciei isso na prática quando lecionei para alunos de oriundos de uma vila em Porto Alegre, onde essa vila mesmo possuindo uma linda pracinha e quadra de esportes para que as crianças pudessem se divertir, ali não era um local de paz e tranquilidade e dava a essas crianças um lugar pouco seguro, isso é deixar a criança ser feliz em sua plenitude, como Skliar fala, esse também é o papel da educação.
Uma escola inclusiva, democrática, sabe valorizar esses momentos com todas as crianças sendo as que possuem necessidades especiais ou não. Pois as crianças assim como nós somos distintos uns dos  outro, e por isso, temos que ter um olhar diferenciado da parte do educador, e que nem todos aprendem igual, o que já estamos a algum tempo estudando em outras interdisciplinas. Então quando a professora falou isso na aula de quarta-feira tive a certeza que em algum momento no cotidiano e nas práticas já fiz algo equivocado dentro da sala de aula, seja até mesmo na maneira de aplicar uma avaliação, ou num planejamento de aula, onde tenha pensado como a turma sendo homogênea, e sabemos que não existem turmas homogêneas.  
Segundo IMBERNÓN 2000, p. 11 (apud, GADOTTI, 2003 p. 25) [...] a educação do futuro deverá se aproximar mais dos “aspectos éticos, coletivos, comunicativos, comportamentais, emocionais... todos eles necessários para se alcançar uma educação democrática dos futuros cidadãos”. Após esses aprendizados que aos poucos vamos construindo e reconstruindo acredito que temos muito a mudar para melhor, deixando os velhos hábitos para trás e fazer sempre o melhor de nós para que eles se sintam capazes de querer aprender. E que mesmo que a gente pense que eles não conseguem aprender, não conseguem se desenvolver, se nós tivermos um pouco mais de sensibilidade vamos perceber que de alguma forma aquela criança nunca vai ser a mesma e que sim podemos fazer a diferença na vida delas e ela pode fazer a diferença na nossa vida.
Para deixar uma reflexão, segundo GADOTTI:

Há consenso quando se afirma que nossa profissão deve abandonar a concepção predominante no século XIX de mera transmissão do saber escolar. O professor não pode ser um mero executor do currículo oficial e a educação já não é mais propriedade da escola, mas de toda a comunidade. O professor, e a professora precisam assumir uma postura mais relacional, dialógica, cultural, contextual e comunitária. Durante muito tempo a formação do professor era baseada em “conteúdos objetivos”. Hoje o domínio dos conteúdos de um saber específico (científico e pedagógico) é considerado tão importante quanto às atitudes (conteúdos atitudinais ou procedimentais). (GADOTTI, 2003 p. 25)

Se em 2003 os pensadores da área da educação já falavam dessa forma, o que diremos de hoje? Sempre refletir em cima das nossas práticas, saber os nossos direitos e deveres e principalmente os direitos dos nossos alunos, e a cada dia fazer a diferença.

 Fontes:

GADOTTI, Moacyr. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido / Moacir Gadotti. – Novo Hamburgo: Feevale, 2003. 80p. ; 21 cm. p. 25.

IMBERNÓN Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo, Cortez, 2000. P 11.

Nota Técnica 04/2014 do MEC/SECADI/DPEE.

SKLIAR, Carlos : O papel da escola, do professor e da educação inclusiva. UCS Conhecimento. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sFU02gs-MWk Acesso em: 06/10/2017