segunda-feira, 25 de junho de 2018

Inovações pedagógicas e tecnologias


Respondendo o que é inovação pedagógica percebi o quanto é fácil ser um professor inovador, mas ao mesmo tempo o quanto é complicado querer inovar dentro de uma escola tradicional, onde o gestor não queira mudanças na sua escola. Mas pensando bem a escola não é dele, e sim da comunidade escolar, então podemos ser inovadores o quanto queremos,  nem que sejamos dentro da nossa sala de aula com nossos alunos, pois pelo menos um ano eles são nossos, quero dizer 200 dias letivos.
 No curso de Licenciatura em Ciências da Natureza tinha uma professora nos dizia o quanto tínhamos que amar nossa profissão e nossos alunos, e muitas vezes íamos receber alunos mal cheirosos, com fome, cheirando a fumaça, a xixi por dormir com irmãos menores e não dar tempo para tomar um banho antes de ir para escola. E que muitas vezes os gestores eram tradicionais e a gente deveria persistir em fazer das nossas aulas o menos tradicional possível, lecionando com amor, inovando as nossas práticas para termos aulas agradáveis, onde todos os alunos gostassem de estar e voltar. E que da porta da sala de aula para dentro quem mandava era a gente, o modo de trabalhar, de avaliar. E lendo esse texto lembrei-me dela e como suas palavras foram importantes nas minhas práticas.
Quando um professor pensa em inovação vêm vários questionamentos e um deles é como dar conta do currículo, e logo desiste e volta à rotina. Currículo é todo caminha percorrido pelo educando e nós podemos adaptar mudar, o quanto queremos, e a questão é que os alunos hoje são diferentes, estão mais acelerados, são da era tecnológica, se ficarmos estagnados em uma didática tradicional as nossas aulas não terão atrativo para esse alunado, por isso inovar não significa somente usar tecnologia e sim mudar a mentalidade e mostrar para eles que tudo está envolvido, e que os conteúdos são interdisciplinares, e que podemos fazer diferente e mostrar que escola, aula também é interessante e legal. De acordo com CUNHA:

O incentivo ao risco pressupõe, entretanto, uma ambiência institucional que o tolere e, inclusive estimule. Ao tomar a inovação como algo abstrato, perde-se a noção de que ela se realiza em um contexto histórico e social, porque é um processo humano. A inovação existe em determinado lugar, tempo e circunstância, como produto de uma ação humana sobre o ambiente ou meio social. (CUNHA, 2004 s/p.)

Nós educadores e educadoras não devemos ter medo do novo, e devemos estar abertos para discussões, trocas de saberes, transformar coisas que já estão obsoletas em novas, reciclar o conhecimento, assim aos poucos vamos incorporando as inovações. E principalmente não ter medo de mudar e do novo.
Mesmo tendo esse “medo do novo” me considero com um princípio inovador, pois não suporto a rotina, a mesmice, as coisas do mesmo jeito. Pode-se aprender de várias maneiras, por qual motivo fazer sempre tudo igual?
Segundo CUNHA, com a finalidade de sinalizar com mais precisão os critérios de análise das experiências inovadoras, pontuamos as seguintes condições e características, já utilizadas em outros estudos:
Ø  Ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender e/ou com os
procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas da ciência moderna;
Ø  Gestão participativa, por meio da qual os sujeitos do processo inovador sejam
rotagônicos da experiência, desde a concepção até a análise dos resultados;
Ø  Reconfiguração dos saberes, com a anulação ou diminuição das clássicas
dualidades entre saber científico/saber popular, ciência/cultura, educação/trabalho etc.;
Ø  Reorganização da relação teoria/prática, rompendo com a clássica proposição
de que a teoria precede a prática, dicotomizando a perspectiva globalizadora;
Ø  Perspectiva orgânica no processo de concepção, desenvolvimento e avaliação
da experiência desenvolvida.

Fonte:
CUNHA, Maria Isabel.  INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS E A RECONFIGURAÇÃO DE SABERES NO ENSINAR E NO APRENDER NA UNIVERSIDADE. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais Coimbra 16, 17 e 18 de setembro de 2004.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Um novo olhar sobre a EJA



Compreendi finalmente o motivo que temos que dizer "a EJA", porque é sobre a "Educação de Jovens e Adultos", então após essa interdisciplina verificamos e não podemos mais nos equivocar quando vamos falar sobre essa modalidade de ensino. 
Fazer a atividade final da interdisciplina da EJA foi muito instigante, pois já havia realizado uma atividade no VI semestre com uma turma, mas fazer uma entrevista conhecendo um pouco da história de cada aluno foi muito interessante, pois são pessoas que têm idades distintas, mas ao mesmo tempo algumas histórias se parecem. Escutar das mulheres como era o autoritarismo principalmente dos pais (homens) de não deixar as filhas estudar, e priorizar aos meninos o poder ir e saber ainda existe atualmente e por mentes bem jovens, como foi o relato de uma aluna onde voltou aos bancos escolares para acompanhar sua filha, e o marido não deixou essa frequentar mais a escola. Fiquei muito chateada e a aluna-mãe não aguentou e cai em choro no seu relato, e ao mesmo tempo disse que seu marido deu força para ela continuar estudando, pois antes não conseguia porque tinha os filhos pequenos.
Durante essa atividade de campo consegui visualizar que ainda existem muitas pessoas sem a escolarização completa, e do ano passado para esse o número de alunos aumentou na escola, e fiquei bem contente. A direção da escola se preocupa muito com seus alunos da EJA, e está sempre os incentivando para a conquista do seu objetivo, se o aluno tem três faltas, então a professora avisa a direção e a escola liga para eles para saber o motivo que estão faltando às aulas, e solicita para voltarem.  
 Quem leciona para essa modalidade de ensino deve ter em mente que esses alunos não são mais crianças, e tem uma especificidade peculiar, e devem ser tratados como adultos que são. [...] uma faixa etária diferenciada, com características próprias. Primeiramente jovens e adultos não podem ser tratados como crianças. São pessoas que não tiveram infância, ou tiveram uma infância frustrada, têm vergonha de si mesmos, possui complexo de inferioridade diante da sociedade que os oprime e os discrimina. FREIRE, 1987 (FRIEDRICH. et al., 2013, p.19). Muitos deles voltam aos bancos escolares somente para buscar a certificação, então eles têm pressa em aprender, e quando chegamos com alguma proposta diferenciada, logo eles acreditam que o professor não sabe lecionar, ou seja, que eles não vão aprender, porque no pensamento deles aquilo é brincadeira, e não aprender. Percebo essa forma deles pensar, pois há muito tempo estiveram dentro de uma escola, e naquele tempo o ensinar/aprender para eles era a cópia do quadro, reproduzir o professor ensinava, e simplesmente prova, onde era o único instrumento de avaliação. Com isso, percebi que eles pararam no tempo, mas os professores de hoje tem uma didática diferenciada para lecionar. Como o professor Evandro colocou temos muitos teóricos com inúmeros livros com pesquisas de como as crianças aprendem, mas ainda não sabemos como o aluno jovem/adulto da EJA aprende. Ainda nos fez pensar como nós aprendemos, e essa reflexão sei que vai ficar muito tempo na minha memória, pois aprender alguns conceitos é bem difícil apesar de toda a minha caminhada dentro da educação.
Na apresentação dos grupos quase por unanimidade sobre a atividade que realizamos verifiquei o que senti pessoalmente, que os alunos da EJA são muito afetuosos, e inicialmente sentem algum receio em falar com alguém que não seja a professora, ou alguém que seja da escola. De acordo com GIROUX:
O desenvolvimento de uma política cultural da alfabetização e da pedagogia torna-se um de partida importante para possibilitar que aqueles que têm sido silenciados ou marginalizados pelas escolas, pelos meios de comunicação de massa, pela indústria cultural e pela cultura televisiva exijam a autoria de suas próprias vidas. Uma teoria emancipadora da alfabetização indica a necessidade de desenvolver um discurso alternativo e uma leitura crítica de como a ideologia, a cultura e o poder atuam no interior das sociedades capitalistas tardias no sentido de limitar, desorganizar e marginalizar as experiências quotidianas mais críticas e radicais e as percepções de senso comum dos indivíduos. (GIROUX, s/ano, s/p.)

Refletindo sobre o que observei, sobre as entrevistas/conversas, penso o quanto é importante um educador que trabalhe com esse alunado esteja ali não somente pelo seu dinheiro, pois sabemos que nossa cultura é capitalista, e precisamos muito de um salário para poder viver, mas lecionar e aprender com o aluno da EJA é tão importante que temos que ter muito amor, gentileza e delicadeza para poder tratar com eles. Abrir as aulas para o diálogo, saber escutar suas histórias e valorizar tudo que eles trazem em sua sabedoria. São pessoas que ao longo da vida sofreram muito, e alguns são tão humildes que muitas vezes custam a se enturmar e sentir o direito de estar ali, se identificar como sujeito aprendente, se empoderar do lugar que ocupa dentro da sociedade, se permitir para poder construir seu aprendizado.
Agora entendo o motivo que o grande mestre Paulo Freire é tão exaltado por tantos anos aqui no Brasil e no exterior, pois ele reformulou a didática para melhor o entendimento dos alunos jovens/adultos que foram de alguma forma excluída da escola, percebeu como essas pessoas foram massacradas ao longo de suas vidas, e fez uma pedagogia diferenciada onde até hoje quem busca se qualificar para lecionar dentro da modalidade EJA de ensino estuda suas teorias, seus livros, e aos poucos vai incorporando uma nova maneira de ver o mundo e como podemos ser mais úteis, trabalhando na escola os saberes que eles trazem os seus conhecimentos prévios, como alguns autores dizem. De acordo com FREIRE:
Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela - saberes socialmente construídos na prática comunitária. [...] aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Porque não há lixões no coração dos bairros rios e mesmo puramente remediados  dos  centros  urbanos?  Esta  pergunta  é  considerada  em  si  demagógica e reveladora da má vontade de quem a faz. É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia. (FREIRE, 1996 p. 16)

Finalizando mesmo tendo muito que falar/escrever sobre os sentimentos aflorados fazendo as observações e as entrevistas, senti forte inclinação para atuar como uma professora da EJA, me aperfeiçoar e entrar nesse mundo aprendente e ensinante da EJA.

Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. p. 16. Ano da Publicação Original: 1996. Ano da Digitalização: 2002
FRIEDRICH, Márcia. et al. “Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas”. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 389-410, abr./jun. 2010.
GIROUX, Henry A. Alfabetização e a pedagogia do empowerment político . Universidade de Miami. Oxford, Ohio. S/ano.

domingo, 3 de junho de 2018

"Sala de aula é lugar de brincar? Por uma pedagogia do brincar”


Na quarta-feira dia vinte e três de maio, tivemos uma aula especial, melhor uma “Palestra da Profa. Dra. Tânia Fortuna da Faculdade de Educação da UFRGS,  Coordenadora  Geral do Programa de Extensão Universitária intitulada “Quem quer brincar””.  
Em sua simplicidade nos contou uma parte de sua infância e como desde pequena desejava ser professora, mas não qualquer professora, queria uma aula diferente, e ter assim seus alunos. Com essa última fala me identifiquei muito com ela, pois desde o momento que fui regente de turma em 2013/2 amei lecionar, e verifiquei que posso sim ser professora, ou melhor, ser educadora. Com a palestra da professora Tânia eu fiquei mais animada, pois como seres humanos às vezes passamos por umas provações, e no momento estou passando por uma dessas fases, para ver se somos resiliente.
Pensando no tema da palestra e ter participado de algumas atividades que a professora nos trouxe, foi como ela havia proferido, que durante o brincar a criança somente consegue pensar no que esta fazendo, esquece de todo resto naquele momento. E eu consegui entender o que ela disse com isso, pois durante as brincadeiras até me esqueci dos problemas que estou passando. O brincar é visto por muitos professores como perda de tempo, até eu mesmo já passei por esse pensamento, achando que a criança aprendia decorando a tabuada e refazendo várias vezes os mesmos exercícios. Com tempo fui interiorizando que cada um tem seu tempo e maneiras distintas de construir seu conhecimento, e no caso todos temos algum conhecimento prévio e para construir o novo conhecimento, esse vai ter que ser confrontado com o novo, e somente assim vamos aprendendo.
E como as crianças aprender melhor de forma lúdica, percebo que se fizermos brincadeiras durante as nossas aulas, mesmo que lecionamos com alunos adolescentes, tudo ficará mais fácil. A descontração deixa as armaduras caírem e quando aparece o novo fica mais fácil entender. E sem falar que com as brincadeiras dentro da sala de aula principalmente com educação infantil e ensino fundamental 1, onde estão crescendo podemos trabalhar muitos conceitos, e atingir muitos objetivos como a professora Tânia colocou com a brincadeira “Ram Sam Sam”, onde trabalhamos o contato, a psicomotricidade, lateralidade, e durante essa brincadeira a gente deve pensar na outra pessoa, pois algumas pessoas não gostam de ser tocadas, outras não se sentem a vontade de tocar. Durante essa brincadeira o educador poderá dar muitas ordens e observar como a criança interage com seu colega. A brincadeira do “Contrário” busca trabalhar a atenção dos alunos, pois tudo que é falado pela professora, os alunos deverão falar o contrário, eu mesmo me perdi em alguns dizeres, mas o importante é a criança saber que tem que ficar atenta para fazer a atividade, mas mesmo eu me perdendo em alguns momentos adorei e me diverti muito mesmo. A brincadeira do “Sim e não” podemos descobrir muitas coisas sem que a criança fale verbalmente o que acontece com ela. Assim quando eles brincam livremente na sala de aula, muitas vezes o educador acredita que esse é o momento para fazer o que não deu tempo ainda, e nesse caso ele perde todo um crescimento da criança. E o momento da brincadeira deveu brincar junto, claro que em alguns momentos devemos deixar eles com seus pares para poder socializar todo o seu aprendizado. A professora Tânia nos colocou que é de suma importância nós prestarmos a atenção em tudo, e que também é importante poder brincar com eles, entrar no mundo da fantasia com eles.
Durante a palestra ela coloca que a brincadeira é espontânea, ou você quer brincar, e se não quer, pois ninguém consegue fazer você brincar forçado. Quando a criança está brincando ela esta numa viagem, numa fantasia, onde ela acredita no momento que é real.
Senti-me muito contente após as brincadeiras, e acho que é a mesma sensação que os nossos alunos sentem, mudar nosso modo de lecionar, acredito que isso mude a maneira que a escola  quando fizemos atividades criativas e interessantes, assim chama atenção deles, irão ficar sempre aguardando o que irão fazer no dia seguinte, e a escola vai aos poucos se tornando menos chata, tediosa.
Nessa mesma aula a professora Tânia usou uma técnica para podermos visualizar onde está largada a criança que habitou há muito tempo dentro de nos. E nos fez um aconselhamento, se assim posso definir, que temos que encontrar a criança que existe dentro de nós, e que façamos a comunhão com ela, para melhor entender nossos alunos, e assim poder melhorar nossas aulas, compreendendo nossas crianças e atingir nossos objetivos. E respondendo a questão do título da palestra, digo que sim, "Sala de aula é lugar de brincar? Por uma pedagogia do brincar”.
Então, sai da aula animada, descontraída, e mais leve. Agradeço a Deus todos os dias por estar tendo esta  oportunidade ímpar. Aprender ser professora com grandes mestres e doutores, que nos mostram que sim é possível fazer a renovação, a mudança através da educação, e que temos essa grande tarefa.

Para quem busca saber como é a dança do  "Ram Sam Sam".
Obs.: Você pode fazer outras solicitações da forma de brincar, mas usando a parte inicial.
Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=zBttxAMxaXE Acesso em: 03/06/2018.

Achei uma versão em português da Xuxa, não sei que está correta, mas vamos brincar.

A ram sam sam, a ram sam sam guli, guli , guli, guli ram sam sam(2x)
Olha a onda , olha a onda guli, guli , guli , guli ram sam sam
A ram sam sam, a ram sam sam guli, guli , guli, guli ram sam sam
Olha a onda , olha a onda guli, guli , guli , guli ram sam sam
Disponível em: https://www.letras.com/xuxa/91211/ Acesso em: 03/06/2018.


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Uma aula de Educação e Tecnologias da Comunicação e da Informação nos dias atuais


Nossa segunda aula com o professor dessa interdisciplina afirmo que foi bem instigante, e como ele consegue fazer a gente refletir sobre o que se define por tecnologias. Usamos muitos objetos dentro da escola e nunca paramos para pensar que um dia aquilo também foi uma tecnologia, hoje o que pensamos sobre TICs vem a nossa mente somente telefones, internet, computadores, etc. Mas na aula de hoje viajamos no tempo onde o disco de vinil e o toca disco era uma tecnologia de ponta, depois com a fita cassete e até mesmo a caneta esferográfica bique que podíamos retroceder a fita sem ajuda de aparelhos elétricos.
Ao realizar a primeira atividade hoje com a aula lembro que me esqueci de listar muitas coisas, como radio e fita cassete que quando a gente tinha que ensaiar uma apresentação e quase sempre era para semana do sete de setembro, pois ainda estávamos no final da ditadura militar no fim da década de 70. Como hoje as crianças já nascem na era digital, nós naquela época já havia nascido na época do mimeografo, dos carbonos, das matrizes, do giz e quadro negro, em fim por isso me esqueci de trazer alguns itens que o professor comentou com nossa turma na aula presencial, mas muitas de nós lembramos e para nossa surpresa havia colegas que não conhecia a fita cassete e para que servia aquela caneta simples transparente. E quando olhei a caneta no slide senti uma enorme saudade da minha avó, pois ela tinha uma caneta novinha dentro da bolsa dela, que eu sempre quis pegar para experimentar, mas ela não me emprestava. E não via a hora de chegar no quinto ano para poder usar uma daquelas. Naquele tempo não tinham muitas novidades em material escolar como hoje temos, e os pais que compravam nosso material, e sempre quis também aquelas canetinhas hidrocores que tinham umas florzinhas coloridas, mas acredito que eram muito caras, pois nunca me deram junto com o material escolar. Acho que por isso sou fascinada por tudo que tenha em lojas que vendam esses materiais, com certeza Freud pode explicar direitinho esse meu sentimento.
Com certeza nessa aula viajamos muito, e foi muito importante para nós entender que tudo que existe em nossa volta um dia já foi tecnologia da época, e como o tempo esta passando muito rápido percebemos que muitas coisas como a máquina digital de fotografia aparecem já como uma relíquia, isso que consegui comprar uma pra mim em 2013, isso já esta parada dentro da caixa sem uso há muito tempo, devido aos novos aparelhos celulares que fazem quase tudo, e se tem internet já podemos compartilhar com nossos amigos e familiares através dos aplicativos disponíveis.
E o nosso papel diante tantas coisas novas e também com as mais antigas é mostrar para nossos alunos a melhor forma para usar todas essas novidades. Fazer grupo de estudos no aplicativo Faceboock já que a maioria dos adolescentes está sempre online conversando com seus pares, e usar outras formas de estudo, mostrando para eles que podemos sim aprender em todos os lugares, não somente dentro da sala de aula.
Durante sua aula trouxe o que muitas de nós nem imaginávamos sobre a tecnologia mais antiga do mundo, ou seja, a primeira que é a nossa voz, a tecnologia do corpo que é através da cultura oral que eram repassados os ensinamentos. E em outros cursos que andei realizando, ou seja, em outras culturas mais atuais ainda é pela voz que se passa todo a formação e ensinamentos, pois não existe documentos escritos de como fazer. Ainda não consegui compreender o motivo pelo qual esses ensinamentos dessas culturas religiosas ainda hoje permanecem repassando o que aprenderam através da palavra, da voz.
Nessa aula o professor trouxe que a ONU coloca que a “internet é um bem necessário”, mas penso nas escolas pobres e públicas do Brasil onde encontramos crianças que vão longe para buscar ter um aprendizado, onde nessas escolas não tem merenda, nem sala e muito menos mobília onde os alunos possam se sentar, muito menos material escolar e como fazer para ter internet numa escola onde uma professora atua em como diretora, professora, merendeira, psicóloga, e auxiliar de serviços gerais. Eu também acho que todas nossas escolas tenham internet, sala de multimídias, e toda infraestrutura que possamos imaginar para melhor acolher nossos alunos. Infelizmente temos muito que aprender valorizar e crescer dentro desse Brasil.
Quem tem o dever e a obrigação de assegurar que todos os alunos tenham o básico de dignidade e escolarização são os poderes públicos, pois esta registrada na Constituição Federal que é obrigação do Município, do Estado e Federação dar estudo, saúde e segurança para todos. Um direito de todos, mas ninguém se preocupa com o povo, e sim quando estão no poder, se preocupam consigo mesmo, em como podem roubar mais.
Tenho a esperança que um dia vamos ter escolas boas, com os professores valorizados como deve ser, e que o povo tenha tudo que mereça e que a desordem que hoje existe termine e que o volte a ser um Brasil onde seu povo use a democracia para fazer as coisas corretas visando a melhoria para todos, não somente para alguns. Então vejo que nesse caso as TICs devem ser trabalhadas em sala de aula, pois estão aqui e não é coisa futurista, os educadores devem se aperfeiçoar e buscar seu modo de ver que a informatização está aqui para ser um instrumento para melhorar nossas aulas, e por isso, fazer que nossos alunos usem essa tecnologia para aprimorar seus conhecimentos, não somente para mídias sociais como tem sido usada até hoje.

Aprendendo com a crítica e saber ser auto crítica

Tenho ainda muita dificuldade para escrever, e percebo que meu vocabulário ainda é tosco, escrevendo com uma linguagem coloquial, mas estou aprendendo, e apesar dessa minha autoavaliação, hoje consigo escrever com mais facilidade, pois logo que iniciei o curso não conseguia postar no Blog, acreditava que meus pensamentos e escrita eram muito ruins e todos iriam se questionar como uma professora pode escrever tão feio assim, mas aos poucos esse pensamento foi passando tudo pelo incentivo do nossos tutores e dos professores do PEAD. Meu sonho é escrever melhor, com objetividade, com um vocabulário mais acadêmico, usando teóricos para conseguir fundamentar o que penso. Sendo assim, acredito que ao longo do curso os nossos mestres pensaram em atividades meio maçantes, mas com certeza com um propósito pontual, pois ao terminar de realizá-las consegui compreender o seu objetivo.
Realizando as atividades podemos refletir como esta sendo nosso processo de leitura, compreensão do texto e escrita referente a tudo que estamos estudando juntando com as práticas no nosso cotidiano. Verificando se os teóricos na época que defenderam suas ideias e hoje junto aos nossos alunos realizando muitas observações podem verificar se o que defenderam e descobriram esta coerente ou não, pois sabemos que muitas descobertas faz muito tempo que aconteceu, mas muito faz sentido.
Pensando dessa maneira tenho aprendido muito fazendo as atividades de análise e verificação sobre os textos das colegas, o difícil é retomar o texto base para ter certeza se fizeram corretamente, pois como estou sempre atrasada vou colocar a culpa dessa minha falha na falta de tempo para fazer a atividade como deveria ter sido realizada. Ao mesmo tempo fazer a leitura dos textos das colegas foi muito prazeroso, pois consegui perceber o quanto eu tinha aprendido sobre os autores dos textos base, e percebi o quanto falhei ao redigir o meu texto. Naquele dia dessa atividade cheguei atrasada, estava muito nervosa, e não havia feito o resumo como deveria ter feito, ou seja, reler os textos, pois todos eles foram estudados em algum momento em alguma interdisciplina, se fizesse o tema de casa como deveria, conseguiria realizar a atividade sem muitos problemas.  
Quanto a analise solicitada para verificação dos textos das colegas, senti muita dificuldade, pois ainda tenho alguma complicação quanto a avaliação, e não consegui achar palavras para defender a minha resposta. E coloco essa minha dificuldade, pois ao mesmo tempo estava fazendo a analise e pensando que em muitas respostas quem iria analisar o meu texto ia marcar a opção “Não”, pois deixei muitas falhas nessa atividade, a tarefa não estava difícil, eu que estava num dia ruim.
Fazer atividade essas atividades vejo como é importante saber o conteúdo, interpretar os textos lidos, fazer os resumos pontuais em um caderno organizado para quando precisar ter em mãos para referenciar nossos textos, entender os conceitos sabendo colocá-los em prática no nosso cotidiano principalmente em sala de aula. Para ser um bom professor, educador devo me preocupar a forma que estou lecionanda, como meus alunos estão construindo seu conhecimento a partir dos novos conceitos. Saber que a avaliação é precisa, mas não necessariamente deva ser uma prova com dia marcado, e sim avaliar no cotidiano. Claro que o currículo muitas vezes dependendo da escola pede avaliações mensais, e uma entrega trimestral, mas nós podemos avaliar nossos alunos todos os dias em tudo que ele produza, e no caso ter uma avaliação oficial para entregar se caso a coordenação e a política da escola exija. Vejo hoje a avaliação muito mais para eu me avaliar, do que avaliar o meu aluno, pois com ela poderei verificar se consegui explicar direito os conteúdos e conceitos, e se meus alunos conseguiram compreender. E ainda tenho que aprender e estudar muito sobre avaliação, pois muitas coisas ainda me perturbam bastante.
Para finalizar meus pensamentos trago algo que o mestre nos deixou escrito sobre o ensinar exige crítica sobre a prática, segundo FREIRE:
O pensar certo sabe, por exemplo, que não é partir dele como um dado dado, que se conforma a prática docente crítica, mas também que sem ele não se funda aquela. A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O saber que a prática docente espontânea ou quase espontânea, "desarmada", indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber de experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epistemológica do sujeito. Este não é o saber que a rigorosidade do pensar certo procura. Por isso, é fundamental que, na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. [...] (FREIRE, 1996, p. 22)

Deixo para reflexão essas palavras acima do mestre e sempre que possível retorna a esse pequeno livro que li pela primeira vez quando fiz o magistério, claro eu totalmente leiga no assunto, quase nem entendi o que ele diz nesse livro. Mas sempre que preciso volto e releio e cada vez que o faço, percebo nuances que antes não havia percebido. Principalmente nesse capitulo no subitem 1.8, que fala muito da criticidade diante da nossa prática, e sempre é bom para mudar para melhor, isso todos os dias.

Fonte:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, Saberes Necessários à Prática Educativa. Editora Paz e Terra, 1996