Lendo a postagem
do ano passado sobre setembro e recordando minha primeira tentativa de estágio
que não consegui realizar, fiquei muito frustrada.
E quando fui
nomeada esse ano, assumi uma turma de terceiro ano na mesma escola. E consegui
compreender que a escola no final de agosto já inicia com o projeto chamado de Querência
Farroupilha, e com isso toda a escola participa ate final de setembro e a turma
que ganha a competição recebe premiações. Tudo muito lindo e organizado, onde
vivenciei muitas coisas boas que fazia tempo que não via.
A minha turma
notei que os pais não são tão engajados com as atividades da escola, e às vezes
a gente perdia muita pontuação. Eu mesma não tinha entendido a verdadeira
mensagem desse projeto.
No entanto
participamos de tudo ativamente, mesmo com a ausência e a pouca inspiração de
muitos. O importante que consegui conversar com minha turma para que eles se
dediquem mais nos próximos anos, pois quando chegarem ao nono ano quero os vereles
ganhando vários elogios e muitos passeios.
Ainda tenho
muito para aprender com os outros professores, mas em 2020 vou fazer melhor que
em 2019. Agora sou macaca velha e já sei como tudo funciona.
Além disso que
me chamou atenção é que os alunos da EJA não gostam muito de participar, pois
no ano passado meu estagio era na EJA Etapa II e III. Os alunos eram muito
desunidos, e andei observando algumas aulas da professora, e num desses dias
aplicou uma prova onde o resultado foi muito negativo para a grande maioria. Os
poucos que conseguiram usaram calculadora em contas básicas de somar.
Sei que o
processo é avaliativo e deve promover o aluno, mas em um dado momento temos que
saber se esse aluno sabe ou não o conteúdo. Eu faria diferente sem eles usar
tabuada ou calculadora, e com isso estimularia o aluno a raciocinar, pois é
isso que eles devem fazer. Calcular, pensar, montar a conta e saber como faz
aquela operação.
Faria muitos
outros trabalhos envolvendo essas quatro operações. Sei o quanto é difícil a
gente atender alunos tão distintos e com níveis diferentes, mas temos que
planejar os meios que vamos construir essas o aprendizado com os alunos.
Percebo hoje que podemos trabalhar parecido com que trabalhamos nos anos
iniciais, porem não devemos infantilizar os exercícios que vamos passar para os
alunos da EJA, a não ser que esse aluno (a) esteja com laudo e comprovadamente
tenha idade mental menor do que podemos saber.
Foi uma ótima experiência
poder trabalhar com uma turma de EJA, o aluno que volta em busca do certificado
e do diploma ele tem pressa. Ele custa a se adequar dentro da escola de hoje.
Eles estavam acostumados a receber tudo pronto, ou copiar, e copiar. A escola
de hoje tem um didática diferente, onde temos que nos apropriar das
tecnologias, do mundo digital, da reflexão com pensamento crítico, revendo
conceitos anteriores de outrem. Esse aluno custa se adequar aos moldes da
educação atual. E muitos chegam a escola se achando e se chamando de burro, e
isso me deixava muito triste, pois em algum momento eles eram muito
depressivos. E cabe ao professor fazer com que esse aluno erga a cabeça e
comece a levantar sua alta estima. Espero que o pouco que tenha ficado com essa
turma eu tenha deixado um pouco da essência de ser um professor que tenha
atenção.
Primeiras reflexões sobre
as observações da EJA etapas II e III. Disponível
em: https://andreiamanoelgodinho.blogspot.com/2018/10/primeiras-reflexoes-sobre-as.html
Acesso em: 31/12/2019.