Mais um semestre que se encerra, mais uma
apresentação do workshop que apresento e não fica boa... Não consigo me
compreender por qual razão fico assim tão nervosa, se tudo que tenho que falar
é o que estudei, pesquisei e entendi.
Quero nesse meu relato ser mais sucinta
possível e coerente com que sinto em relação às interdisciplinas e como deveria
ter apresentado minha reflexão. Síntese palavra complicada para quem tem muita
ansiedade e fala pelos cotovelos, mas estou tentando escutar mais do que falar,
então é um exercício diário. Estudamos muitos conceitos referentes à infância e
sobre a educação.
A educação que temos nos moldes atuais nem
sempre foi assim, na verdade infância não existia, a criança era basicamente
vista como um adulto em miniatura que poderia fazer e participar de toda a vida
adulta sem nenhuma distinção. Estudamos um texto intitulado de “A maquinaria
escolar” (VARELA; ALVAREZ-URIA) que mostra como e por qual motivo se iniciou
esse processo de escolarização e tiveram que fazer algumas normas, leis, para
que a ideia desse certo. Nesse mesmo texto coloca que a educação nos moldes que
encontramos hoje é muito nova, mas ao mesmo tempo está obsoleto, pois estamos
no século XXI, nossa infância é totalmente diferente da infância daquele tempo.
Como
podemos ver nessa interdisciplina que o eixo pertinente das mudanças foca as
crianças, e consegui visualizar isso nas outras interdisciplinas, quando em
infâncias de zero a dez anos nos trás muitos conceitos e reflexões a cerca
dessa infância que estamos construindo, em psicologia I estudamos Freud e um
pouco da sua vida e descobrimos que ele
foi um estudante e pesquisador. Na descoberta da psicoanálise ele observa que
muitos distúrbios que ocorrem nos adultos teve início na infância. Com isso ele
estuda e intitula sua nova descoberta como o “Desenvolvimento psicossexual” começa observar
a “criança” e as fases do seu nascimento até a fase adulta. Segundo KUPFER “pode-se
dizer que Freud foi um mestre da Educação porque abriu caminho para a reflexão
sobre o que é ensinar e o que é aprender.” (KUPFER; p 9). Com essa frase resumo
o que estudei e entendi de Freud e com certeza sem seus estudos ficaria meio
complicado todos os seres humanos se entenderem, e nós como educadoras entender
nossos alunos e fazer da nossa prática o melhor possível para que essa criança
consiga se desenvolver plenamente tanto no seu lado cognitivo como motor.
Em
fundamentos da alfabetização vejo que tem
tudo haver com o que estudamos em psicologia, temos que entender que cada
criança é um ser único, não existe outro igual geneticamente como ele, sendo
assim cada criança possui um tempo de aprender, de ler, e somente ela vai
decidir quando ocorrerá esse aprendizado. Não só o professor alfabetizador deve
se preocupar em ter uma sala agradável, aconchegante, um ambiente de estudo,
que aguce a curiosidade dessa criança. Todos os níveis de ensino devem refletir
como esta sendo inserido seu conteúdo, como é sua sala de aula, se o aluno está
disposto e aberto para esse aprendizado, se ele realmente quer aprender. E o nosso objetivo é fazer com que ele queira
isso como nós queremos. Acreditar que essa criança consiga aprender e o mais
importante nós temos que acreditar em nós mesmos, se isso não acontece à mágica
não se inicia.
Com
isso que vimos vejo que o seminário integrador busca essa reflexão entre as
interdisciplinas e faz com que nós pensamos em tudo separado e ao mesmo tempo
junto. Quando se trata de seres humanos em desenvolvimento não podemos pensar
em pastas compartimentadas, pois somos complexos, misturados, não sabemos onde
começa e onde termina. Um conteúdo depende do outro para podermos entender,
aprimorar e pensar como devemos fazer nossas práticas mediante a tudo que
estamos aprendendo dentro do PEAD. Sei que nunca mais serei a mesma, e mesmo
não estando atuando vejo mudanças enormes que estão acontecendo dentro de mim,
e com certeza são modificações que irão melhorar e muito minha prática em sala
de aula, não importando o nível que vou estar, pode ser na educação infantil ou
mesmo lecionando para o ensino médio. Uma coisa boa que aconteceu comigo este
semestre é que morria de medo de ter que pegar um primeiro ano para
alfabetizar, vejo que hoje temos três anos para isso, mas não pelo tempo que
digo isso, pois sei que é a criança estimulada, num ambiente propício para essa
alfabetização que vai ajudar meu aluno aprender.
Agradeço
a professora Darli Colares, de fundamentos da alfabetização, que me proporcionou a perder o medo de alfabetizar,
agora estou pronta e sei que vou fazer o meu melhor para que isso aconteça. Como dizem para nós mães calma, vai cair a ficha, e ele vai ler. Então minha ficha caiu.