quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A maquinaria escolar Julia Varela Fernando Alvarez-Uria

Atividade Realizada em outubro, postando hoje...
Participantes do grupo:
Ana Paula Brasil Gimenez
Andreia Antonia Manoel Godinho
Gimena Barbosa Gimenez
Géssica Daiana Sielichow de Oliveira
Vanessa da Silva Rocha de Quadros


Como você avalia a institucionalização propriamente dita da escola: “a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis”?

Acreditamos que foi positiva, pois antes não existia a distinção entre criança e adultos, com o passar do tempo às pessoas foram se preocupando com isso. A falta de um lugar para deixar essas “crianças” até ter a idade que pudessem frequentar a sociedade, fez com que procurassem lugar para deixar elas onde pudessem ser educadas, ensinadas e preparadas para vida adulta. As igrejas, os mosteiros e os conventos foram às primeiras instituições para dar essa educação, claro que era uma educação bem rígida onde eles usavam vários castigos para quem era desobediente. E com isso os filhos da rua, de mães solteiras, dos pobres essa igreja também resolveu fazer uma “boa” ação dando um pouco de ensinamento em troca de trabalho.
Com a imposição e obrigatoriedade, aos poucos foram formando as escolas, claro que aqui no Brasil as coisas foram mudando muito lentamente, mas acreditamos que foi para melhor, mas ainda tem que melhorar muito
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Síntese do texto Maquinaria Escolar 

Conforme a leitura realizada do texto “A maquinaria escolar”, pudemos fazer alguns apontamentos acerca da institucionalização da escola obrigatória e o controle social, propriamente dito. A escola primária, enquanto forma de socialização privilegiada e lugar de passagem obrigatório para as crianças das classes populares. Sendo uma instituição recente cujas bases administrativas e legislativas contam com pouco mais do que um século de existência.
Uma série de medidas destinadas ao controle das classes populares, assim especialmente a partir da restauração, como completo à ação da escola como tais: sociedade mútua, cooperativas, fundação de berçários, asilos, consultórios e nascimentos de assistência social, dentre outras formas tomadas.
Que a escola emerge como um espaço novo de tratamento moral no interior dos antagonismos de classe. Onde a imagem da infância que os reformadores sociais do século XIX tentaram impor a tais classes apresentará traços específicos e será, pois diferente da cunhada e assimilada antes pelas classes altas. Não se produz uma relação de igualdade entre todos, de entendimento e reforço entre famílias e escola, mas, ao invés disso, a escola põe-se em ação para suplantar essas ações socializadoras destas necessidades classes consideradas de um ponto de vista negativo.
Com isso a educação passa a ocupar um papel primordial na sociedade. Os programas políticos, com uma falsa preocupação com o proletariado, vêm munidos de ideologias a resolver a questão social, a luta de classes. Com o surgimento da Escola Nacional destinada a classe operária, visando teoricamente integrá-las, na verdade foi apenas uma forma de manter a ordem social.
Esboça as condições sociais de aparecimento de uma série de instâncias no nosso entender fundamentais que, ao se amalgamar em princípios deste século, permitiram o aparecimento da chamada escola nacional:
1) A definição de um estatuto da infância
2) A emergência de um espaço específico destinado à educação das crianças.
3) O aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de “elaborados” códigos teóricos.
4) A destruição de outros modos de educação.
5) A institucionalização propriamente dita da escola; a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis.
A definição de um estatuto da infância
 Assim como a escola, a criança tal como a percebemos atualmente, não é eterna nem natural; é uma instituição social de aparição recente ligada a práticas familiares, modos de educação, consequentemente, a classes sociais.
A emergência de um espaço específico destinado à educação das crianças
 A criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi à escola, ou seja, o colégio. Começou então um longo processo de enclausuramento, de isolamento das crianças que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização. Formação de um corpo de especialistas.
   O aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de “elaborados” códigos teórico
Será nos colégios que se ensaiarão formas concretas de transmissão de conhecimentos e de modelação de comportamentos que, mediante ajustes, transformações e modificações ao longo de pelo menos dois séculos, suporão a aquisição de todo um acúmulo de saberes codificado acerca de como pode resultar mais eficaz a ação educativa. Somente assim poderá fazer seu aparecimento a pedagogia e seus especialistas.
A destruição de outros modos de educação.
 A escola, além de ser um local de isolamento, é também uma instituição social que emerge enfrentando outras formas de socialização e de transmissão de saberes, as quais se verão relegadas e desqualificadas por sua instauração.

 A institucionalização propriamente dita da escola; a imposição da obrigatoriedade escolar decretada pelos poderes públicos e sancionada pelas leis.
Uma série multiforme de medidas destinadas ao controle das classes populares começa a se aplicar, especialmente a partir da Restauração, como complemento à ação da escola:
- Regulamentação do trabalho de mulheres e crianças.
- Criação de caixas econômicas, sociedades mútuas, cooperativas.
- Fundação de berçários, asilos, lactários e consultórios.
- Inauguração de dispensários contra a tuberculose, antialcoólicos.
- Remodelação de bairros e ampliação da vigilância e da política
- Construção de cárceres e manicômios.
- Nascimento da assistência social.
- Criação de escolas dominicais e para adultos.
 Todos estes dispositivos têm por finalidade tutelar ao operário, moralizá-lo, convertê-lo em “honrado produtor”, procuram igualmente neutralizar e impedir que a luta social transborde, pondo em perigo a estabilidade política.
     A escola emerge como um espaço novo de tratamento moral no interior dos antagonismos de classe. Nessa perspectiva, a criança era vista como um capital em potencial, devendo ser protegido, educado e cuidado para que no futuro trouxesse benefícios econômicos e sociais. Essa escola institucionalizada e obrigatória, pouco levava em consideração as culturas e saberes do proletariado, trabalhando de maneira desconectada com a realidade daqueles que a frequentavam. Reproduziam relações capitalistas de produção, hierarquização e divisão das classes populares. Ofereciam uma amostra de saber e poder, de modo que classe trabalhadora dificilmente chegaria aos postos de decisão política. Atualmente, muitas escolas ainda trabalham nessa lógica de domesticação de corpos e mentes, perpetuando uma lógica reprodutora de saberes da cultura dominante. Poucos dizem ou falam sobre seus alunos e suas vivências, criando um distanciamento do saber. O resultado disso é uma geração de sujeitos estagnados, desinteressados pelo saber, pouco participativos e autores de seu próprio pensamento.




Como é feita a seleção e permanência hoje dos alunos no sistema educativo?

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