Respondendo
o que é inovação pedagógica percebi o quanto é fácil ser um professor inovador,
mas ao mesmo tempo o quanto é complicado querer inovar dentro de uma escola
tradicional, onde o gestor não queira mudanças na sua escola. Mas pensando bem
a escola não é dele, e sim da comunidade escolar, então podemos ser inovadores
o quanto queremos, nem que sejamos
dentro da nossa sala de aula com nossos alunos, pois pelo menos um ano eles são
nossos, quero dizer 200 dias letivos.
No curso de Licenciatura em Ciências da Natureza
tinha uma professora nos dizia o quanto tínhamos que amar nossa profissão e
nossos alunos, e muitas vezes íamos receber alunos mal cheirosos, com fome,
cheirando a fumaça, a xixi por dormir com irmãos menores e não dar tempo para tomar
um banho antes de ir para escola. E que muitas vezes os gestores eram
tradicionais e a gente deveria persistir em fazer das nossas aulas o menos
tradicional possível, lecionando com amor, inovando as nossas práticas para
termos aulas agradáveis, onde todos os alunos gostassem de estar e voltar. E que
da porta da sala de aula para dentro quem mandava era a gente, o modo de
trabalhar, de avaliar. E lendo esse texto lembrei-me dela e como suas palavras
foram importantes nas minhas práticas.
Quando
um professor pensa em inovação vêm vários questionamentos e um deles é como dar
conta do currículo, e logo desiste e volta à rotina. Currículo é todo caminha
percorrido pelo educando e nós podemos adaptar mudar, o quanto queremos, e a questão
é que os alunos hoje são diferentes, estão mais acelerados, são da era tecnológica,
se ficarmos estagnados em uma didática tradicional as nossas aulas não terão atrativo
para esse alunado, por isso inovar não significa somente usar tecnologia e sim
mudar a mentalidade e mostrar para eles que tudo está envolvido, e que os
conteúdos são interdisciplinares, e que podemos fazer diferente e mostrar que
escola, aula também é interessante e legal. De acordo com CUNHA:
O incentivo ao
risco pressupõe, entretanto, uma ambiência institucional que o tolere e,
inclusive estimule. Ao tomar a inovação
como algo abstrato, perde-se a noção de que ela se realiza em um contexto
histórico e social, porque é um processo humano. A inovação existe em
determinado lugar, tempo e circunstância, como produto de uma ação humana sobre
o ambiente ou meio social. (CUNHA, 2004 s/p.)
Nós
educadores e educadoras não devemos ter medo do novo, e devemos estar abertos
para discussões, trocas de saberes, transformar coisas que já estão obsoletas
em novas, reciclar o conhecimento, assim aos poucos vamos incorporando as
inovações. E principalmente não ter medo de mudar e do novo.
Mesmo
tendo esse “medo do novo” me considero com um princípio inovador, pois não
suporto a rotina, a mesmice, as coisas do mesmo jeito. Pode-se aprender de várias
maneiras, por qual motivo fazer sempre tudo igual?
Segundo CUNHA, com a
finalidade de sinalizar com mais precisão os critérios de análise das
experiências inovadoras, pontuamos as seguintes condições e características, já
utilizadas em outros estudos:
Ø Ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender e/ou com os
procedimentos acadêmicos inspirados
nos princípios positivistas da ciência moderna;
Ø Gestão participativa, por meio da
qual os sujeitos do processo inovador sejam
rotagônicos da experiência, desde a
concepção até a análise dos resultados;
Ø Reconfiguração dos saberes, com a anulação ou diminuição das
clássicas
dualidades entre saber
científico/saber popular, ciência/cultura, educação/trabalho etc.;
Ø Reorganização da relação teoria/prática, rompendo
com a clássica proposição
de que a teoria precede a prática,
dicotomizando a perspectiva globalizadora;
Ø Perspectiva orgânica no processo de concepção, desenvolvimento e
avaliação
da experiência desenvolvida.
Fonte:
CUNHA,
Maria Isabel. INOVAÇÕES PEDAGÓGICAS E
A RECONFIGURAÇÃO DE SABERES NO ENSINAR E NO APRENDER NA UNIVERSIDADE. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de
Ciências Sociais Coimbra 16, 17 e 18 de setembro de 2004.
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