domingo, 1 de julho de 2018

Era digital e professor analogico


Lendo o artigo Schlemmer que trás como o professor trabalho com as novas tecnologias, no início do artigo tem uma mensagem de texto com a linguagem internets de um aluno para o seu professor, onde fala da novidade de ganhar um notebook novo e de ter instalado alguns programas  abordando o trabalho em grupo que estava realizando e a empolgação de ganhar um notebook novo. Afirmo que foi difícil entender o conteúdo do e-mail, onde o aluno usa muitas abreviações fora das normas, e palavras que não tinham vogais ficando meio complicado de compreender. Deveria ter um dicionário, ou estudo de vocabulário para podermos entender mais rapidamente. Com certeza um professor de língua portuguesa não esta de acordo com essa linguagem escrita que estamos vivenciando, principalmente quando esse tipo de linguagem começa a tornar habito do aluno e levando isso para dentro da sala de aula. Concordo que seja um mundo novo e devamos nos abrir para o novo, mas não sei se um dia conseguirei entender tudo na primeira leitura. O artigo fala sobre professores que tem em seu vasto poder de conhecimento, mas são carentes de tecnologia para igualar com a convivência dos jovens do século XXI, geração digital.
Muitos de nós que crescemos com o aprendizado do olhar, e não mexer, devido o custo alto de comprar e consertar, somos os da geração analógica. E quando fomos apresentados aos computadores, tínhamos que fazer um cursinho para poder aprender a usar. A geração digital em que já nasce com uma infinidade de tecnologia ao seu dispor, assim podendo ver, tocar e o mais importante que é aprender mexendo, e com vasta opção de tecnologia, quase nem precisamos interferir, ou melhor, eles quase nem pedem ajuda para descobrir como funciona.
Mas tudo certo com isso, mas a preocupação com tantas novidades fora da escola, ele se questionam porque ir para escola aprender o que posso fazer através de computador que tenha acesso a internet? Respondo a partir das minhas convicções que o aprender a relacionar-se com os outros de sua mesma idade ou idades diversas somente dentro das escolas, igrejas, clubes sociais que conseguem fazer isso. Aprender a socializar-se como ser humano que vive em sociedade. E pensando no aprender nós professores de hoje temos sim que nos despojar das velhas roupagens e assumir de vez que os tempos mudaram, e que temos que aprender e usar todo o modo de tecnologia disponível dentro da nossa sala de aula, pois somente assim nossos alunos poderão se sentir mais no mundo deles.
Nossas crianças podem ser espertas e ligeiras no aprendizado digital, mas temos o papel importante de educador de direcionar dentro da escola e fundamentar todo esse saber que possuem para a educação, nessa hora que entra a nossa intervenção pedagógica, por exemplo, quando vamos fazer uma pesquisa, mostrar para os alunos que assim como tudo em nossa vida temos regras, coloca isso para as turmas maiores que já compreendem que podem usar os computadores para auxilio nas atividades, mas devemos identificar e sinalizar de onde estamos retirando aquela pesquisa, tal como as normas da ABNT, como deve proceder.
Desde pequenos ensinar o que é plagio, e o que acarreta se acontecer quando é pego plagiando um trabalho, e mostrar que existem regras para poder usar o que outras pessoas fizeram. Em trabalhos realizados no Word, podemos ensinar eles a formatar, como colocar imagens, colocar referências etc. Acredito que o papel da escola e dos professores que hoje aqui estão para com os alunos digitais seja direcionar como e onde podem usar a tecnologia atual. Criar grupo no whats onde possam trocar ideias sobre a matéria, e o professor se inserir nesse grupo, para tirar dúvidas e verificar se realmente estão naquele grupo trabalhando, não que eles não possam ter seus grupos sociais, mas usar essa tecnologia que tanto eles gostam para uso pedagógico também.
Antes de um conceito novo a ser estudado, dar jogos para ver como eles resolvem, e ver sua posição, seus conhecimentos prévios quanto a situação nova. E também após o conteúdo novo, dar jogos para verificar se conseguiram assimilar as leis, o sentido do conteúdo. Fazê-los pensarem uma forma de aprender através das tecnologias, acredito que terão muitas ideias e basta usar para ver se aquela irá dar certo. Têm-se uma escola digital, e com componentes que podemos usar, então por qual motivo não usar, sabe que de hoje em diante essa tecnologia só vai avançar e se não estivermos por dentro, atualizados vamos ser um professor excluído, obsoleto.
 Com todas essas novidades, a grande meta que é quebrar este paradigma que tanto assombra grande parte da geração analógica em que os métodos se sobressaem a partir de um giz/caneta e um enorme quadro negro/branco. Nestes casos podemos flexibilizar uma grande importância da inclusão tecnológica presente ao nosso cotidiano que é o uso correto dos computadores nas instituições de ensino. Não como uma válvula de escape e sem o conceito preservacionista que ainda se prevalesse pela grande classe da geração analógica de que não se pode estrair todo o conhecimento e saciar a grande fome de saber pela intenção de conservar algo que já está tão comum à geração digital.
A imposição da grande moeda de troca de saber deveria ser colocada em todas as modalidades para que se devam preencher todas as lacunas do conhecimento. Podemos ver claramente que esta nova geração tem uma facilidade de aprendizagem na parte prática do assunto. Muitos não são adeptos por esta forma de ensino por achar que pela facilidade a todos os materiais pela infinita rede virtual, acabaria incentivando a simplesmente “copiar e colar” sem mesmo ter muita pesquisa pelo assunto acarretando a uma leve decadência ao aprendizado. Alguns adeptos da geração analógica se impõem assim como a geração digital, assim também aumentando sua sede por conhecimento e quebrando esta grande barreira em que divide a maior parte das gerações. E, além disso, existe o professor que não quer mudar, que esta há muito tempo na zona de conforto e pensa que essa tecnologia toda só vem estragar o ensino com tantas baboseiras. Segundo a SCHLEMMER:
“Ah, esqueci de lhe dizer, não vou poder acompanhar os alunos ao laboratório. Preciso atender um pai. Você pode assumir a turma?” (a propósito, por que os computadores estão num laboratório? Não poderíamos pensar em distribuí-los nas salas de aula? Dois ou três em rede?) “Faltou professor, você pode ficar com eles no laboratório?” O uso das TDs não deveria ser considerado como “prêmio”, “passatempo”, “tampão”. (SCHLEMMER, 2006 p. 36)

Esse problema citado acima da geração analógica de uma parte dos professores da rede pública de educação vai dar problemas mais tarde, onde esses alunos terão que ir procurar fora da escola por esse aprendizado. Jogos, brincadeiras, podem ate ser bom, mas levar com um pouco mais seriedade a educação tecnológica é um bem que fazemos a nós mesmos e a toda a comunidade escolar e sociedade. Digamos que temos um percentual de 90% dos professores que aderiram e interagem nas redes sociais, mas não passam desse patamar. Por qual motivo encontramos nos educadores tanta resistência em aprender e ensinar como devemos usar as tecnologias?  Temos professoras que estão se graduando na modalidade de EAD, mas pedem ajuda para fazer suas atividades, e outros fazem cursos para se qualificar usando as tecnologias, mas não são capazes de colocar em prática o estão aprendendo, realmente não consigo entender.
Sinceramente gostaria que os educadores repensassem essa maneira de ver e começar a mudar, pois nas escolas particulares tem um período de informática obrigatório desde a educação infantil. Na rede pública ter aulas de informática em algumas escolas dentro do currículo é uma raridade. Existem várias observações que não consigamos muitas vezes até chegar ate os laboratórios de informática, mas temos o dever de começar a mudar esse modo de ser, parado no século passado, averiguar por qual motivo não se usa os computadores, por que estamos sem rede de internet. Mandar cartas aos órgãos competentes para que comessem mudar esse sistema. Um dia vi um filme que realmente gostaria de experimentar para ver se funcionava. Cada criança da escola mandar uma carta para a promotoria pública questionando o motivo que não tem computador na sua escola e internet, essa questão é bem legal de pensar seriamente em fazer, devido estarmos na era digital e muitas vezes as crianças de periferia so sabe que tem computador pelas mídias da televisão. As mudanças nem sempre são ruins, elas vem para desestabilizar o que já está acomodado, vem dar nova maneira de compreender nossas crianças de hoje. Se a gente não mudar, eles mudam a gente de lugar, e não teremos mais lugar nesse mundo novo.

Fonte:
SCHLEMMER, Eliane. O trabalho do professor e as novas tecnologias. O professor e o mundo da escola. Revista Textual, 2006 setembro. p. 33 a 42

Nenhum comentário:

Postar um comentário