Começamos nossa interdisciplina
de música na escola. Minha expectativa era muita e com toda a certeza a aula
foi espetacular. Uma noite muito fria, gelada, mas saímos da aula com tanto
calor que fui colocar o casaco somente dentro do ônibus.
Então essa aula fez com que
viajasse no tempo e recordei quando tinha apenas onze anos e queria fazer parte
da banda da escola Isabel de Espanha, que na época era uma banda escolar que
viajava para muitos lugares participando de apresentações e que
ganhou vários
campeonatos. As poucas aulas que participei foram ótimas o professor começou do
zero explicando tudo, mas agora não me lembro de mais nada. Fui afastada, pois
fiquei com uma enorme infecção na garganta e não podia faltar nas aulas perdia
a sequencia e ele não tinha tempo de voltar para re-explicar o conteúdo.
Quando estudei em Porto Alegre,
era obrigatório ter aula de música foi onde conheci pela primeira vez o Teatro
da Ospa, e assistimos um concerto, achei lindo. Esses foram meus contatos diretamente
com a disciplina música.
Sempre gostei de todos os tipos música,
mas não consigo compreender as óperas. E sinto a música fazendo parte das
nossas vidas. Se observarmos a natureza existe uma musicalidade inigualável, natural,
em tudo. No vento sacudindo os galhos e folhas das árvores, os rios, mares,
pássaros em uma manhã de primavera, outono, em tudo. O som do filho dentro do
ventre materno, e como ainda eu não imaginava os bebês escutam musica junto com
a gente desde muito cedo. Isso explica o motivo que meus filhos ficavam calmos
quando ligava o radio baixinho para fazer almoço e outras tarefas de casa.
Sinto-me feliz, contente e alegre ao escutar
melodias, e para isso tem uma explicação científica que até a aula de hoje eu
não sabia que a área que atinge a música em nosso cérebro é a área da
satisfação. Por isso ficamos tão bem depois de um canto, uma melodia, e por
isso dizem que acalma. Minha avó dizia que quem canta seus males espanta, nunca
imaginei que fosse verdade, então vamos cantar, dançar e aproveitar esse bem
que não custa nada e serve como uma terapia.
Agora levando todo esse
conhecimento para dentro das nossas práticas como educadora isso vai ser bem
aproveitado. Quando lecionei no quarto ano, minha turma era bem agitada,
falavam todos juntos, e no mês de maio tínhamos que fazer uma apresentação para
o dia das mães. Não acreditei muito e nem coloquei muita fé que aquilo ia dar
certo. Mas tarefa dada, tarefa realizada. Levei várias músicas e letras de musicas
e também pedi sugestões de qual seria melhor para apresentar para as mães. Uma experiência
impar, linda, aprendi muito com aquela turma de bagunceiros, escolheram três, e
fizemos votação no quadro, muito interessante o que um aluno disse: “professora
eu voto nessa, por que sei que minha mãe vai chorar, eu gosto de ver ela
emocionada”. O que pensar?!
Feita escolha agora vamos para o
ensaio, no primeiro foi um caos, então observei que quando eu cantava junto com
eles, lhes dando apoio eles cantavam melhor e confiantes. Então ensaiamos
somente uma semana, menos de uma hora. E
no dia da apresentação tudo saiu lindo e maravilhoso e a mãe daquele aluno
chorou muito e ele não se conteve e cai em lágrimas. Uma turma agitada, quase
sem limites consegue fazer um lindo trabalho. Depois desse dia comecei aos
poucos quando o radio estava desocupado levar para sala e colocar musica
ambiente para eles trabalharem e deu muito certo. Experiências e pesquisa que
gostaria muito de fazer um dia, para verificar se realmente a música faz milagre na sala de aula.
Olá Andréia!
ResponderExcluirMuito detalhado este teu registro, acredito que desta forma terás um excelente material para a construção da tua síntese para o workshop.
Abraço, Cátia
Boa tarde, Catia!
ResponderExcluirSinto que as vezes peco por ser um pouco detalhista. Gostaria de ser mais objetiva algumas vezes, e quero muito aprender a colocar nos meus textos citações, pois creio que enriquece muito a leitura.
Obrigada!