Depois de toda a
ansiedade que estava sobre o estágio, quem seria meu professor orientador, e
meu tutor ou tutora, no dia 13 de setembro descobri e logo recebi e-mail da
tutora Vanessa e do professor Rafael. Nas minhas reflexões e sentimentos que
agora não me encontrava mais sozinha nessa caminhada teria alguém para poder me
responder pontualmente sobre meus questionamentos. E o anseio de iniciar o
quanto antes já tinha data para entrar na sala de aula, dia 17 de setembro, ia me
apresentar como professora estagiária da turma da EJA etapa II e III.
Fui à escola na
sexta-feira dia 14 de setembro avisar que meu estágio ia começar na segunda,
dia 17, a minha supervisora Viviane ficou contente dizendo seja finalmente bem
vinda, a professora esta a sua espera. Fiquei feliz em escutar aquelas palavras
da vice-diretora Viviane, assim vou me sentindo mais de “casa”, apesar de que a
escola já não é tão estranha para mim.
Esse estágio teria que
ter iniciado no máximo na segunda semana de agosto, mas infelizmente me
atrapalhei um pouco em terminar o primeiro semestre, e acreditei que teria que
terminar para poder dar andamento no estágio e nos documentos, assim entregando
toda a documentação para análise da UFRGS somente no dia 23 de agosto. Estou um
pouco apreensiva com relação ao tempo, pois terei pouco tempo para realização
das minhas práticas, que no meu caso como estou fazendo no turno da noite, e as
quartas-feiras temos aulas presenciais ficará um dia a menos de aula
acrescentando no final mais nove dias.
Na semana do dia 17 à
21 de setembro fiquei sabendo que as aulas terminaram provavelmente antes do
dia 14, pois a principio as formaturas acontecerão dia 14 de dezembro. E outra
vez começa minha preocupação com vou conseguir realizar todos os dias do
estágio?
Em fim tirando todas
essas preocupações e acontecimentos da primeira semana de observando a turma e
a maneira que a professora se relaciona com os alunos, e logo depois com a
conversa que tivemos ao longo do primeiro dia na sala de aula vejo que ela
sente que os alunos são seus, e por isso poderá sentir um pouco de ciúmes da
turma comigo, mas logo deixei claro que estou ali naquele momento para aprender
com ela, acrescentar na aprendizagem da turma, e quando coloquei que a gente
faça uma docência compartilhada, mesmo que eu tenha que ser a professora por
algumas semanas, eu gostaria que ela ficasse em sala de aula comigo, que ela
possa interagir junto, dando um apoio ou até mesmo fazendo inserções quando
necessário, ou mesmo querendo explicar algum conteúdo, ela respondeu que não ia
mesmo me deixar sozinha com os alunos na sala, que não era do feitio dela fazer
isso. Nesse momento me pareceu que desceu de volta dela uma armadura, e seus
olhos sorriram, pois fui bem pontual com ela.
Em um dado momento
conversando sobre os planos de aula, ela me disse assim “ tu sabes que todo teu
planejamento, e o que for dar para os alunos deverá passar por mim?!” Sorri
carinhosamente de volta respondendo que sim, e que gostaria de planejar junto
com ela, pois não quero fazer nada incoerente que venha prejudicar a
aprendizagem e o crescimento dos alunos.
Conversando com a
Ângela na segunda-feira dia 24 de setembro ela me disse que o meu projeto pedagógico
deverá trazer o lúcido para sala de aula, mas cuidando para não infantilizar os
conteúdos, a maneira de dar as aulas, pois devemos respeitar a idade dos
alunos. Fiquei feliz em ter tido aulas maravilhosas com os professores de todas
interdisciplinas, pois me lembrei deles, principalmente da interdisciplina da
EJA com a professora Aline, nos dizendo
em muitos momentos sobre esse “respeito” a idade que os jovens e adultos têm,
do respeito a sua vivencia que tem, pois estão em busca da alfabetização
formal, mas essas pessoas trabalham e trazem consigo muitas experiências de
vida.
Não tem como não se
emocionar dentro de uma turma da EJA, e o querido mestre não sai dos meus
pensamentos Paulo Freire, onde conseguiu fazer da educação de jovens e adultos
ser algo muito significativo. Essa pessoas que voltaram aos bancos escolares em
busca de conhecimento, da leitura, de aprender a calcular, em fim, estão em busca
do conhecimento formal eu espero sinceramente que consiga ajudar eles a
construir esses conceitos e conhecimentos, pois vou me sentir uma pessoa
melhor, onde vou devolver um pouco do que toda a sociedade me deu, pois se hoje
estou estudando e quase realizando meu sonho que um diploma universitário é
devido a muitas pessoas como essas das turma de EJA, assim como meu avô que não
pode estudar, e aprender a ler, e que trabalhou nesse Brasil muito, com isso contribuindo bastante para que eu tivesse um
ensino gratuito. Esse foi um dos motivos que me levou a escolher a EJA para
fazer minha prática docente final.